quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Estética Neoclássica


O Juramento dos Horácios, de Jacques-Louis David é um excelente exemplo da arte neoclássica. Fica evidente que, em relação ao rococó, o estilo neoclássico é mais sério, severo e objetivo, repudiando toda a fantasia e ausência de disciplina. Trata-se do triunfo do naturalismo e do racionalismo, em franca oposição ao sensualismo. Buscando a simplicidade, entendida como meio para a máxima inteligibilidade, o neoclássico renuncia às gradações de cor e ao impetuoso jato de impressões, preferindo a
linha pura, nítida e clara
Aqui, David renuncia aos efeitos pictóricos e tudo o que possa tornar a pintura um puro prazer dos sentidos. Seus meios são racionais, ordenados, puritanos, regido pelo princípio de economia, que pode ser visto na restrição da obra ao absolutamente essencial. Concomitantemente, há a recuperação dos valores morais da Antiguidade, como o estoicismo e o sacrifício, tidos como modelares para o povo francês. A arte tem uma dimensão estética e ética. “Os protagonistas do drama, como sinal de sua unanimidade e sua resolução de morrer juntos, se necessário por um ideal comum, estão concentrados em uma linha única, inteira, e rigida: o artista conseguiu com este radicalismo formal um efeito com o qual não podia comparar-se nenhuma das experiências artísticas de sua geração”.
A sobriedade da obra de David fica evidente na rigidez formal da composição, na força constituitiva da linha e na clareza do gesto. Há uma tensão na tela, que pode ser percebida na musculatura contraída dos personagens, em contraste com a languidez sofredora das mulheres. É como um grande espasmo que se seguirá, convertendo aquela tensão em ação.

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