Objetivo do artista:
- provocar sentimentos.
- quer atuar sobre a ordem sentimental e não intelectual dos homens.
- ilusionismo visual
- ênfase na profundidade (extensão do espaço).
- realidade do objeto próximo confere veracidade aos elementos sobrenaturais. De modo que a experiência direta da realidade dá a base para ir para além do real (verossimilhança). Se o que está próximo é verdadeiro, o que está longe também.
- elasticidade do tempo e do espaço.
- ilusão das coisas
- busca da surpresa visual.
Ilusão e maravilha
- ilusão: alteração de uma condição normal. Tal alteração determina um choque emotivo que determina a maravilha.
- alteração das medidas e dimensões naturais das coisas (efeito de maravilha/ surpresa). Baldaquim de Bernini. Não é uma imitação do real; persuade a imaginar.
- escala de medidas são relativas.
Imitação
- gosto pela imitação
- artista extrai prazer em mostrar como a pintura é uma imitação onde a realidade é tão bem simulada.
Espaço barroco
- criação de um espaço imaginário/ não-natural. É como se penetrássemos num mundo em que as nossas regras não se aplicam.
- arte barroca cria espaços imaginários, tanto na arquitetura quanto na pintura, cuja função é romper com a ilusão do espaço fechado.
- a característica mais importante é o infinito como valor essencial, rompendo-se a forma fechada das estruturas arquitetônicas.
- a integração das artes num ilusionismo ótico barroco ocupa o espaço, transformando-o em algo imaterial, intangível e infinito, isto é, espiritual.
- a arquitetura cria um organismo vivo, que integra o espectador à arquitetura. A obra não é vista, mas vivida.
- especulação arquitetônica: esta especulação tem por objetivo conseguir um todo que não seja a composição das partes. Ela visa a total integração espacial e a eliminação de zonas de conflito que quebrem a idéia globalizadora do espaço. Consegue-se assim que o itinerário visual do espectador concentre-se sucessivamente, seguindo um percurso longitudinal, na fachada e no altar e no altar. Reforça-se assim o sentido teatral do espaço, que recolhe num só ponto, fazendo-as confluir, todas as partes do conjunto. Assim, o espectador não está num lugar do espaço, mas dentro do próprio espaço, absorvido pelo movimento e pela interpenetração das partes num todo. A arquitetura barroca leva-nos a um percurso visual que, por falta de elementos diferenciados, leva-nos sem descanso ao longo de um contínuo sem fim.
- tendência de afastamento do plano para a profundidade.
- sugestão do ilimitado, incomensurável, infinito.
- espaço é compreendido como algo em processo de formação, como uma função.
- o método empregado pelo barroco para dar a profundidade espacial é o uso de primeiros planos maiores do que o tamanho natural, de figuras relevadas, trazidas para o alcance do observador, e de uma súbita redução de proporções nos motivos do fundo.
- espaço é criado pelo espectador: é uma forma de existência dependente dele.
- composto por dimensão, proporção e direção.
- concepção de realidade: universalista (valor essencial do espaço/ é o espaço que determina a figura/ esta está em relação com uma parede, o céu, a luz, etc.) ou nominalista (valor essencial do objeto: o espaço é definido pelo objeto).
- na arquitetura: o prédio domina o espaço e o ambiente, estes ficam reduzidos a um fundo naturalista (Bernini). Ou: o edifício é colocado em relação a outros edifícios ou a paisagem, que o constituem (Borromini).
- na arte barroca as composições dão a impressão de serem incompletas ou desconexas: parece tenderem para alem delas próprias, poderem continuar-se. Ao contrario do clássico, onde representa-se um fenômeno autônomo, onde todas as partes de um quadro são interdependentes, onde nada é supérfluo.
- composição: um lado é sempre mais acentuado que outro.
- desprezo pela idéia de simetria.
- violentas diferenças no tamanho dos objetos vistos na perspectiva.
- formas que sobressaem de forma violenta do quadro.
- pormenor ou detalhe não tem qualquer significado em si.
- escala de medidas são relativas, sem preocupação com a proporção. Emprego de escalas diferentes.
- valorização do efeito visual.
- não pressupõe o espectador parado. Convida-o a se movimentar. Movimento do espectador confere movimento a fachada.
- barroco visa alterar a medida das distancias e dos tamanhos.
- espaço não é geométrico/ não é um cenário vazio, enquanto se espera a chegada dos atores. O espaço terá dimensões e direções infinitas, pleno de coisas, cada um das quais será ao mesmo tempo central e periférica.
Tempo barroco
- o quadro dá um aspecto passageiro da realidade, em que o observador tem a boa sorte de participar só por um momento.
- ponto de vista artístico do barroco é cinematico: os acontecimentos representados parecem ter sido surpreendidos. É um puro acaso.
Percepção do barroco
- apelo à emoção do espectador.
- dificuldade para se apreender os motivos.
- busca dar a impressão de que o quadro não foi previamente concebido em sua totalidade.
- fim do demasiado claro e óbvio.
- atração pelo difícil e complicado.
- quer despertar no espectador o sentimento do incompreensível e do inenarrável da representação.
terça-feira, 1 de setembro de 2009
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Otimo!
ResponderExcluirMuito bom!