terça-feira, 1 de setembro de 2009

Estética da crueldade

Segundo Maravall, o homem barroco se compraz diante das imagens de corpos despedaçados, de sofrimento físico, de sangue a jorrar, de necrópsia, enfim, do corpo em situação de dor ou como objeto de curiosidade mórbida. A dimensão física da morte, como esqueleto, cadáveres e túmulos, por exemplo, não o apavora. O que ele teme é sobretudo a dimensão sobrenatural da morte, aquilo que vem depois dela. Menos que um exagero, a representação exaustiva dos temas ligados ao sofrimento físico ecoa a presença massiva da morte no cotidiano do homem barroco. A morte está na ordem do dia.

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