Críticas
"A partir de Café, o humano, compreendido em termos sociais e históricos, torna-se a tônica da arte de Portinari, voltada para a captação da realidade natural e psicológica, para uma expressividade, ora serena e grave, ora desesperada e excessiva. A nova problemática encaminha-o, a exemplo dos mexicanos, para o muralismo, em que procura magnificar sua busca duma imagística nacional, alicerçada no trabalho e em suas raízes rurais. (...) Após 1947, a arte de Portinari conhece uma nova modificação. São postas de lado, ao mesmo tempo, a dramaticidade expressiva e a preocupação social. (...) Os novos temas de Portinari são sobretudo históricos - A Primeira Missa no Brasil, Tiradentes (...). A viagem a Israel parece conferir uma nova dimensão à arte de Portinari. (...) Ao mesmo tempo em que se deixa seduzir pela cor, Portinari começa a fazer experiências com a abstração geométrica, influenciado pelo cubismo cristalino do francês Jacques Villon, pintor que admirava há algum tempo. (...) A busca dum rigor geométrico aliado a uma paleta clara e sonora não mascara, entretanto, o esvaziamento que a pintura de Portinari vem sofrendo nos últimos anos de sua atividade artística".
Annateresa Fabris
FABRIS, Annateresa. Portinari, pintor social. 1977. 230 f. Dissertação (Mestrado em Artes Plásticas) - Escola de Comunicações e Artes, Universidade de São Paulo - ECA/USP, São Paulo, 1977. p.78., p.95, p.101, p.103.
Fonte: http://www.itaucultural.org.br/aplicExternas/enciclopedia_IC/index.cfm?fuseaction=artistas_criticas&cd_verbete=121&cd_item=15&cd_idioma=28555
"(...) Quando começou a abordar esta temática (retirantes) não havia ainda preocupações sociais marcantes na obra de Portinari. Aparecem apenas famílias acampadas nos arredores de seu povoado. (...) Também não tinham a designação de retirantes. Algumas dessas composições possuem inegável beleza plástica (...) Começaram a ser produzidos a partir de 1935. (...) Somente mais tarde a série dos retirantes assumiria uma feição acentuadamente social na carreira do mestre brasileiro. Não apenas em virtude da Grande Guerra iniciada em 1939, como em face do apelo aos recursos de expressão que caracterizariam em seguida a parte mais notável de sua obra. Esta fase social culmina com a grande tela Retirantes e com a composição O Morto na Rede, pertencentes ao acervo do Masp. (...) Os retirantes pintados nos últimos anos da vida do artista já não eram apenas quadros sociais. Tornaram-se igualmente soluções de problemas formais. (...) De qualquer modo, em suas três fases distintas, Os Retirantes de Portinari permanecerão como alguns dos trabalhos mais significativos e pungentes da arte brasileira de todos os tempos".
Antônio Bento
BENTO, Antonio. Portinari. Rio de Janeiro: Leo Christiano, 1980. p.169.
quarta-feira, 24 de junho de 2009
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário