terça-feira, 23 de junho de 2009

Gauguin



- crítica à pintura ocidental, que havia perdido vigor e intensidade dos sentimentos e era preciso encontrar um modo direto de expressá-lo.
- Procura de uma autenticidade genuína e primitiva: de algo essencial, profundamente verdadeiro e original.
- Diferença entre Gauguin e o exotismo romântico: Gauguin não procura na Polinésia algo novo ou diferente, mas a realidade profunda do próprio ser. Não explora o mundo em busca de sensações novas, mas explora a si mesmo para descobrir as origens e os motivos remotos de suas sensações.
- Sintetismo (Emile Bernard): concepção de pintura que se inspira nas formas largas e amplas dos egípcios, na arte japonesa, nos bordados da Bretanha. Baseava-se na idéia de que a memória e a imaginação retêm apenas o essencial das formas dos objetos e dos seres. Estes elementos essenciais das formas, retidos pela memória, são uma síntese da imagem visual. A memória guarda apenas o expressivo, um esquema, uma estrutura linear básica e apenas os valores puros da cor. Não há lugar para detalhes ou meios-tons.
- Para Gauguin, o artista pode recriar a natureza, conferindo a cada imagem visual um valor simbólico e decorativo, que não existe na realidade. Para ele, todo objeto de arte deve ser decorativo. A grandeza da pintura está na simplificação, na clareza e na homogeneidade da matéria. A pintura não é uma análise, mas uma síntese, de formas e cores, tais como são sentidas e expressadas no estado de pureza das crianças e dos primitivos.
- Só pintava de memória: era preciso extrair das formas e cores as qualidades realmente expressivas, tornando-as as mais sensíveis. Pintura de Gauguin não narra nem conta história; é uma pintura de contemplação.
- Busca enfim pelo sentimento arcaico das formas e cores, e a simplicidade rústica da técnica. Usa a técnica primitiva.
- A expressão de valores elementares terá como consequência o aparecimento do fovismo (1905).
- Para Gauguin, a imaginação faz parte da consciência, e é preciso dar um sentido ativo à imaginação, o que ele faz em contato com povos primitivos.
- Gauguin pinta de memória e nunca ao vivo. A memória não apresenta detalhes e ensurdece as cores. O desenvolvimento do contorno é simples, a cor se estende em zonas largas e planas.
- Rompe com a idéia de que a arte é uma reprodução da natureza.
- Arte escapa a uma definição racional e lógica. Arte é o lugar da emanação das profundezas, onde não há lugar para a lógica e o racionalismo.
- Interesse pelo lado intacto do homem: criança ou primitivo.
- Contato com o Taiti: tentou ver as coisas do modo como eles a viam. Estudou os métodos dos artífices locais.
- Simplificação dos contornos das formas
- Obra não tem relevo nem profundidade.
- Profundidade na obra de Gauguin não é espacial, mas sim temporal. O que ela evoca é um tempo distante e profundo, sobre o qual a imagem do presente se assenta e se dilata, como um nenúfar numa água parada.
- Para Gauguin, as imagens formadas pela mente diante das coisas (a percepção visual) não se diferenciam das que brotam das profundezas da memória, e estas não são menos percebidas do que aquelas. Ele defende que se deve pintar de memória, e não ao vivo. Assim, para Gauguin a sensação visual imediata é apenas um caso particular da imaginação.
- Uso de grandes manchas de cor forte.
- Imagens planas
- Ausência de sombra
- Formas coloridas planas e bem definidas.
- Gauguin buscava resgatar uma dimensão mística já perdida pela arte européia. Toda a sua trajetória pessoal reitera essa busca essencial: ele não considerava a pintura uma representação do mundo, mas sim como a expressão de uma visão interior.

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