terça-feira, 3 de novembro de 2009

A mulher na obra de Courbet, segundo Jorge Coli



O sono, de Gustave Courbet.

Outro aspecto observado
somente por Jorge Coli é o convite à meditação.
Ele atenta que nos quadros de Courbet não
aparecem sinais de modernidade; não há figuração
da metrópole industrial, ao passo que a
presença da natureza é muito forte. “Há uma
meditação sobre a matéria, o tempo, a dimensão
geológica, o repouso. É uma pintura extremamente
grave, que exige concentração do
espectador. É uma pintura silenciosa”.
O historiador associa esta veia da meditação
ao da contemplação da mulher, uma figura
obsessiva para o pintor. “As mulheres de
Courbet geralmente estão dormindo ou dige-
rindo. Tornam-se, por assim dizer, puramente
orgânicas. Podem ser olhadas tranquilamente.
Uma das questões do século 19 era a ameaça
do desejo trazido pelo feminino. Inertes, elas
não ameaçam”.
Para Coli, um dos quadros mais belos é O sono,
onde duas magníficas mulheres aparecem enlaçadas,
dormindo. “É uma tela de grande qualidade,
onde as personagens têm praticamente
o tamanho natural. Foi comprada por um milionário
turco, Khalil Bey, que morava em uma
mansão imensa em Paris”.

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